"VOCÊ NÃO QUER VER, NÃO QUER ESCUTAR E MUITO MENOS FALAR"
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«Se VOTAR mudasse alguma coisa, o VOTO já teria sido banido.»
Emma Goldman

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

NOVO LINK DE BLOG; ADEUS "paulonulo"

Chega ao fim, depois de quase quatro anos, este blog.

Mas não irei apagá-lo, continuarei, agora retomando um ritmo mais frequente, a postar no seguinte endereço:


Saudações classistas!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Situação Delicada em Minas Gerais: Despejos, assassinatos, limpeza urbana e Fortificação da Resistência

Tempos terríveis e instáveis para mais de 3 mil famílias em Belo Horizonte e região metropolitana. O MP já deu o aval para a polícia militar expulsar milhares de pessoas de suas casas, com o intuito de dizimar as diversas ocupações populares existentes em BH.

Mulheres, crianças, idosos, homens, jovens, estão em condições de segurança extremamente instáveis, uma vez que o choque da PM pode, a qualquer momento, inicializar o massacre. E estas pessoas, como já foi dito no manifesto do Fórum Permanente de Solidariedade às Ocupações - BH, "estão dispostas a doarem suas vidas para não abrir mão de sua dignidade".

As condições primárias de vida devem ser sobrepostas a quaisquer interesses externos existentes, não importando de qual natureza o sejam. Moradia, saúde, alimentação, educação e sobretudo DIGNIDADE são os pontos cruciais para a manutenção de uma sociedade sadia. "O direito à moradia e à segurança da posse está acima do direito de propriedade, sobretudo quando o direito de propriedade é exercido em prejuízo da coletividade", é o que expõe claramente o manifesto do Fórum Permanente de Solidariedade às Ocupações - BH. Institucionalmente também estão garantidas essas premissas, todavia vemos claramente que, um papel com inscrições e leis românticas e maravilhosas de fato não tem muito importância quando interesses econômicos estão em jogo.

Mas o clima para os trabalhadores e toda a população não está vulnerável somente nas ocupações. Belo Horizonte está descaradamente sitiada, institucionalizou-se uma política fascista de higiene social, repressão a movimentos sociais, censura, perseguições, assassinatos, etc.

Que listemos alguns dos principais tentáculos dessa política algoz do Estado e da prefeitura:

A questão dos atingidos pela copa, que, além de outras milhares de famílias desapropriadas sem casa, as medidas "higienizadoras" começam a ficar mais presentes e violentas;

A questão da repressão aos artesãos da praça 7, que é um terror cotidiano na principal praça de Belo Horizonte. Policiais batem, reprimem e prendem artesãos enquanto fiscais da prefeitura roubam e destroem os trabalhos expostos. Um núcleo de resistência foi criado e que está alcançando importantíssimas vitórias na Assembleia Legislativa;

O prefeito e empresário Márcio Lacerda está tentando acabar com eventos culturais populares e autônomos, como o RAP toda sexta debaixo do Viaduto Santa Tereza;

Este mesmo prefeito tem objetivo acabar com a feira hippie, uma grande feira popular que ocorre todo domingo na Av. Afonso Pena. Esta medida iria abalar a estrutura financeira de milhares de pessoas que precisam da feira para se sustentarem;

Outra meta do prefeito que chegou a ser promulgada é a proibição de eventos de qualquer natureza na Praça da Estação. Isso ficou claro que o Márcio Lacerda deseja acabar com manifestações publicas em praças, criminalizando, assim, de uma maneira indireta, os movimentos sociais;

Enquanto isso, o governador Antonio Anastasia dando aval a isso tudo. Bem, já que chegamos ao governador, aqui vai uma breve dos reflexos de sua política:

Os professores de MG estão em greve por mais de três meses pois o governador não acata a lei federal do piso salarial, chegando a pagar míseros R$360,00 para professores;

O governador investe dinheiro público em propagandas para difamar a greve dos professores, MENTINDO que paga o piso salarial e manipulando informações para a população ser contra a greve;

E para piorar, está inicializando uma rotina de perseguições a professores grevistas todos os dias, sendo ameaçados e até atacados fisicamente, fora os telefones grampeados.

Isso tudo está resultando num maior envolvimento de todos os movimentos sociais, o que podemos ver claramente em assembleias dos professores. Nestas, não somente a categoria está presente, ela conta com milhares de outras pessoas, movimentos e categorias que estão se solidarizando com a luta dos professores, e estão se unindo contra as descaradas medidas fascistas do estado e da prefeitura. Nota-se claramente que a população está insatisfeita: em um mês várias manifestações com no mínimo 5 mil pessoas (algumas chegando até 15mil) estão sendo realizadas em Belo Horizonte.

Mesmo com o fim da greve (que chegue ao fim quando conquistarem o objetivo principal!), as outras dezenas de problemas sociais e econômicos imediatos continuarão sendo uma ferida aberta propícia para uma revolta mais quente da população. A porta da rebelião geral está aberta, é questão de tempo para ela se realizar. Apenas um simples gesto truculento a mais do governo / prefeitura para desencandear lutas mais intensas.

A história se encarregou de acumular a lenha, e os "senhores" estão fazendo questão de, sentados nestas lenhas, brincar com fogo. Quando a chama ascender, que cresça e queime de uma vez por todas a dominação social que sempre atordoou os trabalhadores e os pobres.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Ética Socialista: A Única Autoridade Revolucionária

Originalmente postado em: www.anarquismo-mal.blogspot.com
Texto do MAL-BH.

A maior autoridade, o maior líder, a maior instituição que os socialistas devem ter é a própria ética socialista. A indignação, o reconhecimento e união de classe, a organização, a autodisciplina e a força conjunta provocada pela ânsia de uma mudança drástica na política, economia e moral do sistema.

Não devem existir ruínas de dominação capitalista. É necessária a completa destruição do Estadp, e destruição das instituições criadas por ele. Sabemos que as ruínas existem para manter em perpétuo desenvolvimento a ordem imposta pelo capital. Não há como colocar o aparato militar, os órgãos burocráticos do Estado, os bancos, e o próprio Estado à serviço do socialismo, pois sabemos que tais instituições existem justamente para manter o povo em escravidão, e que este só se libertará após a eliminação total destas "ruínas". O Estado não serve, e nunca servirá de arma contra sí próprio, pois foi elaborado nos mínimos detalhes para impedir que isso aconteça;

Não devem existir setores conservadores. É necessário uma nova moral, movida pela ética socialista e pelos mais profundos desejos de justiça e liberdade. Não devemos permitir que estes setores se transformem em participantes ativos da revolução, sem que antes participem de uma revolução pessoal, onde abdiquem do moralismo reacionário para enfim terem ética e coerência libertária e socialista. Desconfiemos sempre dos falsos socialistas que carregam consigo preconceitos infundados, o moralismo reacionário corrompe o processo emancipatório;

Não devem existir pilares verticais de relação política dentro da classe trabalhadora, pois é uma classe que deve lutar e se orientar para a destruição das divisões sociais que existem e que nascem a cada momento no capitalismo, para sua própria manutenção. A verticalização do processo revolucionário tende a criar mais divisões sociais, políticas e econômicas;

Não deve existir autoridade maior que a organização dos trabalhadores, tampouco a organização dos trabalhadores deve ser maior que os próprios trabalhadores; uma vez que, se a organização sobrepõe a classe, esta torna-se massa de manobra e aquela torna-se uma vanguarda.

Não deve-se confundir organização centro-periferia com organização revolucionária, como é proposto pelos que se dizem "vanguarda". A revolução socialista libertária deve ser na orientação "periferia-centro", e deve partir das margens da dominação social, onde nos encontramos. Não vamos destruir a relação que nos destrói reafirmando-a, ao contrário do que pregam alguns ditos socialistas,

Devemos, pois, todos aqueles que estão determinados a lutar, não deixar que nos seduzam com a falácia de que o poder, a hierarquização, a enfatização de autoridades, o desenvolvimento do militarismo, de seu poder e suas estruturas de dominação tradicionalistas e reacionárias, são ferramentas disponíveis e estão à serviço da revolução. A revolução socialista e a a revolução de todos os corações que batem nas cidades, fábricas, no comércio, nos campos, nas ocupações e em todo lugar onde impera a ditadura do capital. A revolução socialista deve ser sobretudo autogestionária, isto é, gerida e organizada pelo próprio povo, e ninguém além dele, nem partidos nem vanguardas, e deve ser guiada apenas ela ética comum, socialista e libertária desenvolvida no período pré-revolucionário.

VIVA A REVOLUÇÃO SOCIAL!
VIVA A ÉTICA SOCIALISTA!
VIVA O SOCIALISMO LIBERTÁRIO!
VIVA O ANARQUISMO!

AS REVOLTAS POPULARES E A MÍDIA BURGUESA

Originalmente postado em: www.anarquismo-mal.blogspot.com
Texto do MAL-BH.

REVOLTAS EM TODOS OS CONTINENTES: ESTE É O SÉCULO XXI, DA DISSIMINAÇÃO VELOZ DA INFORMAÇÃO E, NA MESMA PROPORÇÃO, DA REBELIÃO DAQUELES QUE SEMPRE SOFRERAM NA HISTÓRIA. ESTE É O SÉCULO XXI, NO QUAL A DIREITA INSISTE EM AFIRMAR QUE “REVOLUÇÃO É COISA DO PASSADO”.

1
DA REVOLTA DO OPRIMIDO BRITÂNICO

Recentemente temos visto nas mídias as agitações violentas na Inglaterra, mas pouco se diz sobre o que levou à tal grande mobilização. Acontece que a polícia britânica, historicamente racista e xenofóbica, assassinou um rapaz de 29 anos no bairro Tottenham (Londres), um bairro carente da capital inglesa, onde predomina o desemprego e a pobreza. Negros, orientais, pobres e desempregados são freqüentemente oprimidos, explorados e humilhados não só em Tottenham ou Londres, como em qualquer lugar no mundo. Não distante, o Brasil tem uma das polícias que mais mata no mundo, chegando a matar mais que guerras no Oriente Médio. Um exemplo prático são as mais de 2 mil execuções (2.045) da PM de São Paulo em cinco anos, sendo que, segundo dados do FBI, TODAS AS POLÍCIAS dos EUA mataram, no mesmo período, 1.915 pessoas, ou seja, a polícia militar de SP executou 100 pessoas a mais que todas as polícias dos EUA, mesmo com esta última tendo uma população 8 vezes maior que a do estado de SP. Estes assassinatos não são, nem podem ser justificados como manutenção da paz e da ordem. Eles são reflexos da postura fascista da polícia, que não exerce a segurança pública, mas a manutenção do jogo de dominação da classe rica sobre os trabalhadores, desempregados, pobres, negros etc.

Existe uma política de higienização social que é fruto do capitalismo e assola toda a população pobre, principalmente moradores de comunidades e favelas. Essa higienização compreende reprimir as classes baixas e, quando necessário, executar essas pessoas indesejáveis em benefício da classe dominante. Isso não é radicalismo, é um fato que existe e vem crescendo paralelamente com as desculpas de “crescimento do crime organizado” e "investimentos na segurança pública para combatê-lo". Este argumento leva a população a acatar a violência policial, o domínio e vigilância do Estado sobre as individualidades das pessoas, maior controle da população, ou seja, domínio sobre o povo, tornando este uma uma "cria" própria. O Estado como assume o papel de pastor, e o povo o de ovelhas domesticadas.

Os conflitos na Inglaterra são reflexos de políticas segregatórias e mascaradas, com a falsa boa intenção de “busca pela paz social”; são consequências da constante humilhação dos oprimidos; são a resposta deles, já cansados da realidade capitalista.

O ministro britânico David Cameron, fez uma declaração prometendo que não deixará que a "cultura do medo se instale nas ruas". Ora, que cultura do medo seria esta? Será mesmo que os trabalhadores, desempregados, negros, jovens pobres e desabrigados que estão lutando pela sua sobrevivência, estão sendo atingidos por uma “cultura do medo”? Essas ações violentas são justamente consequência de uma "cultura do medo" que existe e sempre existiu no capitalismo – e na história da humanidade -; do medo imposto pelo Estado, pelos empresários, burgueses, banqueiros, militares, clero, latifundiários, enfim: pelos detentores do capital, da grande mídia, das terras e principalmente da culturlização de nossa classe. Se hoje há uma "cultura do medo", ela é direcionada aos senhores, aos ricos opressores que a cada dia que passa, se amedrontam mais, diante das revoltas que estão nascendo em todo o mundo: América Latina, Ásia, Europa, África e Oriente Médio. Eles insistem, por meio da mídia corporativista, que revoltas populares são coisas passadas; que o espírito revolucionário morreu com a URSS; mas o século XXI está provando o contrário: os povos estão se organizando e lutando por sua emancipação e soberania de fato.

É natural que estejam com medo, pois suas regalias baseadas na expropriação, submissão e exploração estão com os dias contados.

O M.A.L declara solidariedade à resistência que se espalha pela Inglaterra. Todo poder ao povo inglês!


2
DA REVOLTA CHILENA

Outra revolta que se destaca é a chilena. Mais de 100 mil pessoas marcham pelas ruas que um dia foram palco de outras combativas inssureições contra o ditador militar Augusto Pinochet, que por anos oprimiu o povo chileno defendendo os interesses burgueses, militares e reacionários.

De manifestações pacificas à combates violentos com o choque da polícia, estudantes revolucionários ocupam as ruas, se impõe e provam que o poder popular é o único meio viável para a verdadeira liberdade.

A principal reivindicação dos rebeldes chilenos está ligada às políticas neoliberais do governo de Sebastián Piñera, que, além de não investir em um ensino público de qualidade, quer privatizar uma boa parte da educação, colocando-a nas mãos de empresários. Por melhorias no sistema educacional e contra a posição do governo nesse aspecto, professores e estudantes se mobilizaram e foram violentamente reprimidos pela polícia, que, em uma manifestação, prendeu quase mil estudantes e professores. O "crime"? Ser estudante, professor ou trabalhador indignado com a realidade social.

O M.A.L se solidariza aos insurgentes chilenos, que merecem, além da vitória social imediata, um mundo novo onde não existam mais estas maldições capitalistas que lhe destroem a paz, saúde e vida. Viva os rebeldes chilenos e de todo o mundo!

3
DA MÍDIA CORPORATIVISTA MANIPULADORA


Anarquistas sempre criticaram a mídia corporativista, uma vez que está atrelada intimamente à burguesia e, por isso, sua função é conformar e alienar o povo e criminalizar as lutas populares e movimentos sociais, organizações políticas revolucionárias, agitações sociais e políticas, greves, manifestações etc.

É importante para o anarquista, ajudar o povo a se desprender das correntes que o aprisonam no pensamento conformista do senso comum.

Atualmente, em nossa grande mídia, as notícias e roteiros possuem em comum três princípios básicos:

1) Deturpar as agitações ativistas e, com isso, afastar o espectador da revolta
2) Mascarar a realidade, mostrando-a de maneira equivocada, e provocar a apatia social
3) Bestializar o povo e massificar culturas inúteis, que têm a função de eliminar a consciência crítica, social e política das pessoas

Com essa breve análise e várias outras que muitos camaradas já fizeram antes desta, baseados na crítica à imprensa burguesa, temos uma base concreta para, além de não acreditarmos, sentirmos demasiada revolta quando escutamos noticiários sobre protestos de resistência, como é o caso extremo da Inglaterra, no qual a imprensa está descaradamente atacando com todos seus tentáculos a inssureição revolucionário das massas exploradas..

Tenhamos cuidado com o pseudo-libertário discurso de "liberdade de imprensa", que alguns setores da mídia burguesa insistem em reinvindicar. A atual censura vem de dentro, da mesa do editor chefe, das tendências reacionárias desta instituição inimiga dos movimentos sociais, dos pobres, dos trabalhadores... A propóstio: nossa inimiga!

"Chamam de violentas as águas de um rio que tudo arrastam; mas não chamam de violentas as margens que as aprisionam" - Bertold Brecht


Extra:

http://www.youtube.com/watch?v=HI1YSPHVeIA

Entrevista na TV Globo News, com uma postura inesperada do entrevistado (o sociológo Silvio Caccia Bava) que desafia a linha editoral e os repórtes do programa que tentam tendenciar a entrevista, apoiando a revolta dos insurgentes ingleses.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

o mundo aos aventureiros!

o mundo aos aventureiros, àqueles que conseguem o que fazem, fazem o que conseguem! à liberdade da liberdade, à coragem da liberdade, aos corajosos das aventuras! para cada o que lhe é facultado, para cada o que lhe foi conquistado, para cada conquista uma aventura nova, e para cada aventura nova a liberdade de se aventurar! Um brinde à felicidade, ao prazer, ao mérito, aliás, à vitória; um brinde ao direito de deitar, ao amor de todos os mortais, às ânsias mais banais, aos sentimentos banalizados (e como são excitantes!) à água e à uva, outrora companheiras instantâneas!

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

abalações sísmicas[áticas]

[sinos tocando abalam a igreja]

[sons de alta frequencia não quase inescutados pela igreja, agonizado absolutamente tudo]

clamações por socorro se manifestam fervorosamente, gargantas queimam os ouvidos com ruídos quentes e altos de prazer, não há sequer um lúcido na brincadeira, há tentativas-falhas-de-lucidez, uma vez que não existe lucidez, sim virtudes morais colectivas. O espanto do marginalismo pasma absolutamente todos que não compreendem os sinos.

[sinos sísmicos continuam a abalar a igreja]

terça-feira, 27 de outubro de 2009

malditoooooooooooooooo

tento manifestar o odio
mas nao da
ainda mais pelo que mais sinto odio
isso e a invenção de outros
que sinto tanto odio
oh santa merda

mojavila ca ra ca [torções de sons altos]


a desmatação da selva cinza
a desnutrição das feras coloridas
tornam mais nítidas e mais acostumativas
mais dançantes
dança-te para não cair
sinta-te prazer ou morra-te de tantas exclamações, autoritariações imperativações
esquecendo de tudo isso
mergulha, então, na pseudocoisaboa que é a relação social
haha, sorria, estás tendo medo por ti mesmo
és fraca, és fraco, sois machucados
matam-se enquanto gozo-me em -me.

Haha, amanha não tem chuva, já diziam os mutantes.
a principio sua vida nao tem nada a
ver com o que aqui condiz esta
merda toda, mas se tua vida é - É -
uma merda toda também não
tem a ver camaradas!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Globo x IURD - Duas faces da mesma moeda

Podemos perceber a briga entre a Rede Globo e a Igreja Universal do Reino de Deus.

De um lado a Globo, maior detentora dos meios de comunicação no Brasil, terceira maior emissora de televisão do mundo, que é tradicionalmente nossa inimiga, em virtude da intensa manipulação do povo, com isso mantendo o povo estagnado, apático, totalmente desinteressado pelos problemas sociais, políticos e econômicos. Isso explica-se pela grande influência que a empresa tem nas relações de poder do país, o que não lhe agrada, logo então deturpa e minuciosamente repassa à população da maneira que condiz com seus interesses, orientando, em geral, toda a opinião massificada dos telespectadores.

De outro lado, a Igreja Universal, que, por ser uma Igreja, já também é tradicionalmente inimiga de nós anarquistas, pois sabemos (quem desconsidera a história está sujeito a repití-la) que em toda a história da humandade depois de Cristo, a instituição Igreja vem explorando, abusando, torturando, matando, oprimindo e submetendo o homem para manter o domínio das massas, com a desculpa de fé. Vale ressaltar que não repudiamos a religiosidade individual, ou seja, a crença de cada um, cada pessoa tem a liberdade de acreditar em que quiser, mas, sim, repudiamos fevorosamente a Igreja, e, independentemente de ser Católica ou Igreja Universal, têm os mesmos objetivos, enriquecimento às custas dos fiéis e conservação do poder sobre estes.

A Igreja Universal vem revivendo a história da Católica, principalmente no que toca à:

• compra de indulgências: antigamente tática usada pela Católica, e aperfeiçoada pela IURD com a intensa pressão psicológica que fazem com os fiéis nos ditos "encontros", que induz aos fiéis estarem sempre doando dinheiro para a igreja, com várias desculpas esfarrapadas;

• e à Inqusição: antigamente usado pela Católica, que a IURD aperfeiçoara também para o campo psicológico, algo muito bem estudado e aplicado, fazendo que o fiel sinta-se excluído quando não dá dinheiro para a igreja; o próprio fiel sente desprezado quando não participa de todas as ações que acontecem dentro da igreja, então é forçado - além da desculpa da salvação eterna, dita em outras palavras - à sempre estar doando dinheiro. Passagens bíblicas também são usadas tendenciosamente aos objetivos da igreja, tirando de um contexto em que se achara na bíblia para usar em outro contexto totalmente diferente - algo relacionado com servir e salvação: servir a igreja, salvação de Deus - deturpando a ideia original. Como foi dito, é todo um jogo psicológico que afeta o fiel e que não deixa claro diretamente a manipulação dos fiéis - superficialmente analisando, que é geralmente é como todos analisam, não percebe-se essa relação com a então Inquisição Católica - antes matava-se quem não servia a Igreja Católica; hoje pressiona-se psicologicamente - até porque, pela moral já desenvolvida pela sociedade, matar não seria o melhor método de manutenção de poder da igreja -o fiel, inquietando-o e forçando-o à servir a Igreja como todos fazem (vale lembrar que existem excessões em quaisquer casos, sejamos realistas, não são todos os fiéis que caem neste jogo);

Desde a década de 90 existe uma rincha entre a Globo e a IURD, com a Globo divulgando as falcatruas realizadas pelos bispos e pastores da igreja que roubam milhões do povo e a IURD denunciando a falta de imparcialidade, manipualação e participações da emissora com crimes políticos. Para nós, anarquistas, essa briga tem ótimos resultados, mas também trás instabilidade na população que é manipualada por estes monopólios. Analisaremos.

Dos dois lados saem informações importantíssimas que serviriam, a princípio, para simplesmente denunciar as falcatruas das mega-empresas aqui relatadas, conscientizando o povo e este manter-se distante das manipulações. Mas, é evidente, esta briga envolve grandes ambições econômicas, e, como de costume, as informações são distorcidas para tentarem trazer o público ao seu lado - tanto Globo quanto IURD -. Então esta briga não é inteiramente boa para nós; devemos usá-la quando um tenta derrubar o outro, e devemos também mostrar que nenhuma das instituições presta, que repudiar a Globo não implica em não repudiar a IURD, e vice-versa.

Em suma, para concluir, essa briga dá-se principalmente na disputa entre Globo x Record - emissora do Edir Macedo, hipócrita dono da IURD - e disputa política - é lógico que existem interesses políticos por trás disto, que existem deputados, senadores que estão tanto de um lado, quanto de outro -.

Nosso recado ao trabalhador é que esteja atento às informações divulgadas de ambos os lados, pense, critique, e não caia na manipulação de nenhum lado, pelo contrário, lute contra eles, lute contra a Globo, a Universal, a Record e todos os politiqueiros sanguessugas, tanto os que estão envolvidos quanto os que não estão.

Análise sobre a copa do mundo: não é radicalismo, é realidade

Copa do mundo de 2014 no Brasil! Viva, que emoção, poderei ver os melhores do mundo jogarem, disputarem a sonhada taça de ouro, e torcermos para que nossa Seleção Brasileira, que já conquistou 5 vezes, conquiste a sexta! É, muito bom para ser verdade...

O auê realizado pela escolha da sede da copa do mundo ser o Brasil provocou - como de costume, absolutamente em tudo, inclusive nisto, existe um imenso sensacionalismo - certo êxtase e empolgação precoce na população, impedindo esta de analisar minuciosamente cada decisão de âmbito social que o Estado toma, e isto pode estar mascarando casos graves de injustiça social. É isso que vamos expor aqui. Então, antes de tudo, colocaremos nossos pés no chão e vamos pensar bem antes de ficarmos felizes precocemente.

A copa do mundo trás como consequencia, isto está mais que evidente, a reforma, e até reconstrução de estádios para realizarem as partidas. Os projetos são os mais variados, e a população se embreaga nas plantas dos novos estádios, achando tudo muito bom e bonito. Calma lá, vale ressaltar que o dinheiro que provém para as construções é dinheiro público, ou seja, os milhões, bilhões de reforma de estádio, é o dinheiro que vem do teu esforço, trabalhadora e trabalhador, e poderiam - aliás, DEVERIAM - ser investidos em educação, saúde e moradia! Educação, saúde e moradia são, meu povo, você que sente nas costas, você que paga para RECEBER, muito mais importantes para nossa sobrevivência, para nossa harmonia, establidade social e diminuição de desigualdade, que uma copa do mundo, não acha?

Além do mais, você acha que o valor do ingresso será assessível à um operário, para você, que sustenta o país nas costas, tanto no campo econômico quanto no campo industrial? É evidente que não, o preço estará assessível somente aos ricos, àqueles que, na imensa maioria das vezes, são quem sonega impostos! Ou seja, a reforma do estádio é bancada por você, trabalhador, e quem desfrutará dos espetáculos e das partidas será a classe rica!

E também sabemos que as ruas, praças, enfim, toda a cidade será "modernizada", o investimento na estética das cidades também será gigantesco, pois temos que aparecer para o exterior como um país em desenvolvimento, as evidências da intensa desigualdade hão de ser reduzidas, e muito! Mas, com esta nossa análise, podemos dizer, convictos, que a desigualdade é MUITO maior!

O Estado irá criar - e está criando, acredite! - e manter na copa uma máscara social totalmente hipócrita, mais uma vez ignorando o povo, sustentando, como sempre, a segregação social.

REPÚDIO À COPA DE 2014 E AOS ABSURDOS "INVESTIMENTOS" FÚTEIS DO ESTADO COM O DINHEIRO PÚBLICO PARA SUSTENTAR A CLASSE DOMINANTE!

Instabilidades na América Latina! Bases militares dos EUA, mísseis venezuelanos e petróleo brasileiro

EUA está investindo pesado na base militar Palanquero, na Colômbia, com a então desculpa de combater o narcotráfico. Que babozeira!

Quem não lembra do ataque ao Iraque e ao Afeganistão, nesta nossa década mesmo, com desculpa de combater os regimes totalitários dos países e de intervenção aos supostos "investimentos em armas nucleares" destes países? O que se sucedeu? O EUA queria mesmo era exercer mais influência na região, pois é onde existe mais petróleo até então no mundo inteiro. Quem desconsidera a história está apta a repití-la.

E também não foi somente isso que os EUA fizeram como desculpa para invadir países, podemos também lembrar o 11 de setembro, o qual há fortes evidências que as torres gêmeas foram implodidas pelo governo estadunidense para servir de desculpa para, também, invadir o oriente médio!

Agora vem nosso querido Obama fortificar bases militares na Colômbia como alternativa de combater o narcotráfico? Ora ora ora, basta!

Essas bases criaram uma instabilidade na região, e, serve também de desculpas, para Hugo Chávez, na Venezuela, investir em mísseis russos de alcance de 300 quilômetros!

"Em breve alguns foguetinhos estarão chegando. E eles não falham" diz Chávez, que, também diz que os mísseis servirão de defesa nacional. Vale ressaltar também que, em novembro, Rússia e Venezuela realizarão exercícios militares conjuntos no Mar do Caribe.

Enquanto isso o presidente Lula apenas disse “A mim não agrada outra base militar na Colômbia”.

Além de tudo, também devemos ficar espertos em relação à gigante reserva de petróleo descoberta em águas brasileiras. Obama já chamou Lula de "você é o cara!", Lula é diplomaticamente amigo de Chávez, e, além destas bases militares, essa questão do petróleo tem de ser também acompanhada com muita atenção.

Instabilidades na américa latina. Que fiquemos, nós, o povo, atentos! Os ricos estão lutando "diplomaticamente" pelas suas regalias e por poder, enquanto somos mal tratados no trabalho, recebemos salário miserável e somos constantemente roubados pelos políticos!

Ação popular já! Fora Obama da Colômbia!

domingo, 23 de agosto de 2009

Raul Seixas, te amo!

Em qualquer lugar ela esperava por ele. Sim, provou o gosto estranho, que tanto não desejava ao mesmo passo que queria, do beijo dela, que tanto detesta ao mesmo passo que tanto lhe ama! Demore, demore! Poderia demorar mais 20 anos, para que hoje eu possa também, quem sabe, ao menos teria oportunidade, de também poder vê-lo, poder, ao menos, despedir pela última vez, mesmo que seja somente uma vez.

Será que ela esperou seu último copo de wiskey, dom RaulziJustificarto?

Caso sim, caso não, dia 21 de agosto de 1989, a Morte, que matas o gato, o rato, matou o homem. Garanto que, o segredo desta vida, vestiu com a mais bela roupa, vestida de Cetim, quando lhe buscou.

Raul, teu corpo fora cremado tal como sua inteligência fora eternizada; suas cinzas alimentaram a erva, tal como tuas músicas enlouqueceram e alimentaram outro homem como você.

Raul Santos Seixas, arrepio com cada palavra pronunciada por sua boca. Por detrás de tuas palavras, não somente palavras, existe todo um sentimento boêmio, inteligente, embreagado, sarcástico, audácio, revolucionário, delirante e apaixonador. Tua voz é sinônimo de extase sentimental; tua inteligencia é estimulante para entender, entender, não decorar, teus pensamentos e podermos, depois, estarmos cantando junto com você, mesmo fisicamente distante de nós.

Escuto tua voz e sinto um sentimento único, inexplicável, como se você fosse bastante ínitmo à mim; você me completa por excelência. Sinto que você diz um segredo para mim, de louco para louco, de bêbado para bêbado, e, tão audácio, consegue declamar e dissertar absolutamente tudo aquilo que pensa e deseja dizer baseando nas maiores e mais escandalosas manifestações de tua inteligência para meu humilde poder de raciocínio compreender.

"[i]e que a erva alimente outro homem, como eu[/i]", ah, se eu pudesse gritar, gritaria! Ou até mesmo representar um sentimento explêndido de qualquer forma, representaria! Estudo-te e sinto um orgasmo mental, em, além de compreender-te, lhe conhecer cada vez mais, e, cada vez mais, saber que és tão humilde!

Converso com ti mesmo sabendo que não posso te ver mais, digo, nunca pude, tampouco pude conversar! Mas o sentimento de intimidade é tamanho, que sinto essa relação direta!

Nunca lhe vi, lhe conheci 18 anos depois de sua morte. Completa-se, então, 20 anos da ausência física de ti, dom raulzito.

Faça, agora, com 20 anos onde estás, o mesmo que fez aqui e CONTINUA fazendo. Revolucione.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Indústria do Medo

Métodos coercivos bem nítidos; Inquisição; "os bárbaros irão saquear as cidades, fujam!", então, logo procura-se um feudo onde haja segurança e, mesmo que gaste todos os esforços trabalhando pelo enriquecimento do senhor feudal, há a garantia de vida e, mesmo que podre, há a alimentação; "Cuidado ao pensar em malícias demoníacas sexuais, homem, a mulher é o pecado! Almeje-a e o inferno lhe aguarda!"; feminino, palavra que significa pouca fé, ou seja, mulher, objeto de perdição diante de Deus; etc. Sim, digo-lhe sobre a Idade Média.

Homicídios, roubos, furtos, esquartejamentos, sequestros, ganância. Há quem diga que é um resumo daquilo que ocorre nos dias de hoje, todavia não passa de uma declaração extremamente completa e objetiva.

Qual a semelhança? Embora ações diferentes, há, por trás de tudo, um sentimento único, que possibilita toda a conservação social. O medo.

A indústria mais antiga é a Indústria do Medo, onde criam mecanismos capazes de exercerem um gigante controle sobre toda a população mantendo a "ordem", que, aparentemente, é mantida pelas leis. Há mais de 1000 anos fora criada. Nunca mais fora destruída por completo, apenas modificada e com sempre novos conhecimentos agregados.

Estes mecanismos avançados, na Idade Média, eram mantidas pelas elites, dentre os quais engenheiros eram o Clero (Igreja Católica), a nobreza e os senhores feudais, com o objetivo de manter conservado o servo em suas respectiva posição social. Existia todo um trabalho pré-estabelecido, tal como qualquer máquina, que estava encarregadi de deturpar ideias cristãs e criar novos valores morais para o mantimento da ordem social.

Por via das dúvidas, os grandes engenheiros desta gigante fábrica criaram um mecanismo especial para repor alguns erros de fabricação na área responsável pela introdução dogmática e doutrinária sobre os servos: a Inquisição. Erros os quais eram considerados "pecado", algo que, caso a máquina detectasse, aquele servo teria seu destino traçado ao fogo, elemento programado como "purificador" diante das Escrituras.

Mas que fantástico! A Indústria do Medo estava programada para realizar, vezes ou outras, tais erros, pois, faziam parte do mantimento do objetivo central da indústria, o temor! Apenas com a ação e a realização da punição que o temor se estabeleceria diante do povo, então, que façamos sofrer! Então, que façamos pecar!

Há nesta fábrica também uma área, criada, logicamente, e quase que exclusivamente, pelos senhores feudais, que era responsável pela produção e reprodução periódica de saques e assassinatos de um povo dito "inferior", cujo nome haveria de ser bastante sugestivo, Bárbaros! Ah, mas que desgraça! Homens inferiores enlouquecidos e sádicos atacando cruelmente as populações nas cidades! Agora, a função é levar mais e mais pessoas receosas aos feudos, para ali obterem segurança e, todavia, trabalhar exaustivamente àquele que lhe concebe segurança. Mais uma peça prefeita da fantástica fábrica de 1000 anos.

Devemos recordar da máquina responsável pela criação do pecado diante do pensamento humano, tal como pensar em sexo? Aliás, aqui já acabamos de lembrar. Tocais, ou mesmo, pensastes em mulher, sexo, que será queimado e terá como destino o inferno!

Mas esta fábrica, com mais outros milhares de recursos de variadas escalas e importâncias dentro da conservação do medo, como já foi dito, sofre alterações, e, às vezes é violentamente atacada. Mas qual será o motivo dos ataques? Se fora violentamente atacada mais de uma vez, porque não se destruiu? Será o erro da fábrica? Mas não é perfeita?

Erro da fábrica!? Nunca. Mas erro de quem a mantém. Se, neste espaço histórico fora o Clero (Igreja Católica), a nobreza e os senhores feudais aqueles encarregados de lhe manter, sim, a culpa fora deles. Administração de um gigantesco e complexo mecanismo como este, realmente, não é fácil, mesmo este podendo suprir-se até com seus próprios erros.

A fábrica se destruir? A fábrica se alimenta de seus erros como também se alimenta da queda dos seus respectivos administradores. É uma fábrica, uma indústria do medo, e, com a reação de pessoas que lhe foram alvo àqueles que lhe administram, nasce, pois, o medo; o medo, sentimento que faz nascer o poder e o controle; faz nascer o medo naqueles que administram.

O medo criado àqueles administradores é sim capaz de reverter a situação social hierárquica e fazer aqueles então alvos tornarem então os controladores. Porém estes não têm noção, inteligência, tampouco capacidade de gerir uma indústria como esta. O que então se sucede? A queda dos administradores. Eis que vem, então, os melhores capacitados, agora experientes em virtude da última queda, e tomam-lhe a gestão, a administração. Nasce um novo ciclo, com novas peças, novos planos, nova organização, mas mesmo objetivo: fazer reinar o medo.

Nos nossos tempos, milênio e séculos de existência da indústria, depois de vários administradores que caíram, estamos-nos aqui, com uma novidade: quem gere, quem organiza e administra a indústria, é o próprio alvo.

Absolutamente todas as classes sociais, todas as pessoas, absolutamente toda a população vive sob medo e tensão, e, estas mesmas, como administradoras, criam mecanismos para se aconchegarem, se acostumarem como podem nesta realidade.

Agora sim podemos dizer que não haverá mais alternância de gestão? Agora sim, poderemos, com certeza, dizer que chegamos no nível máximo de alcance dos objetivos da indústria? Não podemos dizer nada. Oras, vivemos pela indústria, decisões e pensamentos nossos são produtos da indústria. Não comandamos a indústria; a indústria nos comanda. O medo nos gere. O medo nos torna apáticos, sem vontade e coragem para tomar alguma, qualquer que seja, atitude.

Medo mascarado de ordem e organização social, controle e opressão mascarados de segurança.

Um Pouco Sobre Comunismo Libertário - Resumo Introdutório

Consideramos, pois, um texto bastante resumido sobre o tema. Logo, as informações aqui presentes não são únicas e todas que se podem obter sobre o assunto.

Comunismo (ou mesmo socialismo, que aliás, melhor se aplica aqui) libertário é a vertente anarquista da tradicional esquerda proletária, compreendendo-se como tradicional esquerda proletária o real socialismo nascido na primeira metade do século XIX com a ascensão do industrialismo e do pensamento liberal e capitalista burguês.

Apartir de então, os trabalhadores, extremamente humilhados e explorados nas fábricas, algo, digamos, "novo" para o ser humano, com seu primeiro contato com as fábricas e as consequencias do ideal burguês, se rebelaram e começaram a defender a sobrevivência de sua classe e também os anseios coletivos.

Nasceu, logo, o socialismo, ideal trabalhador que visava a socialização dos meios de produção, tornando-os posse de todos os trabalhadores, para pôr fim à exploração do patrão e das desigualdades sociais. Já no final da primeira metade e início da segunda metade do século XIX, Karl Marx, um tradicional socialista, chegou à conclusão que era necessário para a emancipação proletária os trabalhadores tomarem o Estado e fazer deste arma para a revolução. O objetivo então obteve o nome de "comunismo", e a transição, fase estatal, "socialismo".

Alguns muitos socialistas discordaram das teses marxistas e, então, desenvolveram o socialismo libertário, com os mesmos objetivos, porém sem a intevernção estatal, considerando isto não mais uma arma revolucionária, pelo contrário, um grande obstáculo para a emancipação.

Com o decorrer do tempo, o ideal socialista marxista, ou mesmo apenas socialista, fora aplicado no campo reformista, isto é, muitos socialistas passaram a acreditar que a conquista do Estado seria mais viável por via das eleições, distanciando-se mais ainda com o ideal revolucionário. Apartir de então, muitos oportunistas declararam-se socialistas apenas para lutar pelo poder politiqueiro.

E, enquanto isso, como não poderia ser corrompido por gananciosos, em virtude de não ter nenhuma relação com poder, o socialismo libertário continuou com a luta proletária (isso não implica que o socialismo marxista não tenha continuado também com a luta proletária), porém com ideais de liberdade, autogestão e democracia direta como base a horizontalidade (sem nenhum nível hierárquico).

Desde o final do século XIX até os dias de hoje, com as tentativas de prática socialista marxista, tal como URSS, Cuba, Espanha (mesmo este não sendo um país de grande movimentação socialista marxista) e até mesmo no Brasil com o PCB, os então líderes socialistas oprimiram bastante os libertários, atacando-os violentamente oprimindo e desestruturando o movimento operário anarquista. Na URSS Trotsky, Lênin e Stálin tiveram (ao menos) este ponto em comum, oprimir o exército makhnovista do sul do país; Em Cuba, ao tomar o poder, Fidel iniciou uma dura represália ao então fortíssimo movimento operário socialista libertário; na Espanha os marxistas estavam no poder com uma política instável e vulnerável à ataques reacionários e fascistas de Franco, então os anarquistas (mais de um milhão de operários) tomaram as fábricas e várias cidades espanholas implantando a autogestão com receio de Franco atacar, o que aconteceu e resistiram mais de um ano (em meio à autogestão operária resistiram ao fascismo, nazismo, capitalismo, Igreja e ao socialismo da URSS); no Brasil, o maior movimento operário, desde seu início até a década de 30 era o anarcossindicalismo, quando, com a criação do PCB e o nascimento do Estado Novo fora oprimido violentamente tornando-se totalmente fraco; dentre outros fatos.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Anarco-capitalismo não é anarquismo

Dizem que o anarco-capitalismo é vertente do anarquismo, e que, quando nós, anarquistas, inimigos do Estado e do capitalismo, que lutamos em prol do proletário, quando negamos esta afirmação, queremos monopolizar o anarquismo. Será isso verdade?

O anarquismo nasceu do seio proletário, DA ESQUERDA, do socialismo antes de 1848, antes da Comuna de Paris, que tinha visões de luta totalmente diferentes das socialistas atuais, porém fins, objetivos, os mesmos (digamos assim, descartando a "pelegagem" atual no seio esquerdista), os quais eram: emancipação do proletário, organização autogestionária, FIM DA PROPRIEDADE PRIVADA tendo consequencias o fim das classes sociais, economia organizada pelos trabalhadores, etc.

Porém, como foi dito, depois da comuna de paris, do manifesto comunista de 1848 (Karl Marx), nasceu a noção de "comunismo" (segunda fase e objetivo revolucionário baseado na revolução socialista marxista) e o socialismo difundiu-se em duas vertentes: o socialismo marxista e o socialismo/comunismo libertário, ou mesmo ANARQUISMO.

O socialismo marxista, como estamos cansados de saber, é dividido em partes para realizar a emancipação proletária (socialismo - Estado proletário - e comunismo - dissolução das classes, propriedade privada, etc.). O socialismo/comunismo libertário, ou mesmo anarquismo, nega esta fase transitória estatal, MAS CONTINUA COM OS MESMOS OBJETIVOS DE ANTES.

Como no anarquismo pode-se existir propriedade privada, economia liberal, e estas tralhas burguesas?

Então poderia existir comunismo capitalista?

Anarco-capitalismo é vertente do CAPITALISMO, um capitalismo sem Estado. Nada mais. Negar o Estado não implica ser anarquista, mas sim LIBERTÁRIO.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Projeto de Bases de Acordo para Formação de Núcleos Libertários

JustificarDocumento 6 - Retirado de: Documentos Sobre o Anarquismo - Edgar Rodrigues

Projeto de Bases de Acordo para Formação de Núcleos Libertários

Declaração de Princípios

Considerando que a situação dos trabalhadores e dos camponeses na sociedade capitalista será sempre de miséria e exploração enquanto existir a burguesia e o Estado;

Considerando que nenhuma tutela estranha libertará os oprimidos da cidade e do campo dos parasitas que vivem do seu esforço nem dos burocratas e governantes que lhes impõem a sua vontade;

Considerando que todos os partidos políticos, sem excepção, não são outra coisa mais que engrenagens da máquina religiosa-capitalista e governamental que tritura os verdadeiros produtores da riqueza social usurpada pelos seus representantes;
Os companheiros de ..................Reunidos no dia......de...................... resolvem:
Deixar constituído, por decisão unânime dos seus componentes, o grupo (ou núcleo) com o nome de.................................
Este grupo se propõe a:

1º - Consagrar pela auto-educação e recíproca influência dos seus membros a mais firme e maior capacitação de todos e de cada um dos seus componentes.

2º - Trabalhar no sentido de que o nosso pequeno núcleo se converta em um centro de irradiação de uma intensa e perseverante propaganda tendente à elevação intelectual e moral dos trabalhadores e de todas as pessoas, sem distinção de sexo nem condição social, que se interessem por sua cultura, pela sua dignidade e pela emancipação de todos os oprimidos.

3º - Propiciar a luta espontânea e desinteressada de todos os espíritos livres contra o obscurantismo religioso, contra a exploração capitalista e contra a opressão governamental.

4º - Propagar incessantemente pela palavra, pela escrita e pela associação de vontade, na luta contra as instituições do Estado e contra as rapinas do capital, uma sociedade harmônica e solidária edificada pela livre inteligência dos produtores, uma vez destruídas as instituições burguesas e o Estado em qualquer das suas formas e com qualquer denominação.

O capitalismo está baseado numa injustiça histórica; a propriedade privada, o roubo, em proveito de uns poucos, da riqueza social. O Estado é cimentado numa monstruosidade secular; a dominação do homem pelo homem, a anulação da personalidade humana, o desconhecimento da vontade individual.

O Estado, qualquer que seja a sua forma e o seu nome é um conjunto de instituições violentas cuja missão é defender o capitalismo ou expropriar a este em benefício das castas governantes.

Em qualquer dos casos a condição dos povos será sempre idêntica: render o duplo tributo de obediência e de trabalho.

É por isso que nos declaramos inimigos de todo parasitismo, tanto no aspecto religioso como no aspecto econômico e social. Desconhecemos e declaramos como oportunismo politiqueiro toda e qualquer propaganda que, em nome da palavra "socialismo" e de "comunismo", tenda a servir-se dos operários e camponeses como rebanho eleitoral. A nossa finalidade imediata é bem clara e precisa; lutar unidos com todas as boas vontades contra a injustiça social e procurar a superação incessante pela elevação dos sentimentos e conhecimentos de seus deveres e direitos em cada membro da sociedade.

Fins

Tendo em vista a necessidade que há de articular a obra de propaganda libertária, este grupo se propõe:

a)- Promover, por todas as formas, a divulgação de jornais, livros e folhetos em geral.

b)- Para isso o grupo procurará reunir as pessoas que tenham afinidades ideológicas, promovendo e auxiliando a união de todos os elementos libertários em núcleos de afinidades, mantendo entre si os laços de solidariedade.

c)- Tomará iniciativas referentes à convocação de reuniões públicas e privadas, conferências e outros atos de propaganda, que procurará elevar as localidades vizinhas, auxiliando, quando necessário a organização de grupos afins em todas as partes onde possam atuar os seus componentes.

d)- Deverá quando possível, fundar uma biblioteca de estudos sociais, entrando em relações de grupos, centros operários, jornais, etc., no sentido de obter os meios necessários a esse fim.

e)- Deverá, sempre que possa, promover a organização dos trabalhadores em sindicatos de ofícios vários, e tomará parte direta nas organizações de outras tendências, quer sejam reformistas, sindicalistas ou beneficentes, procurando fazer com que as mesmas se orientem pelos métodos de ação direta na luta contra o Estado e o Capital.

Da Administração

O grupo será administrado por:

a)- Um secretário de correspondência, a quem cabe corresponder-se com os jornais e outros núcleos afins.

b)- Um tesoureiro, a quem cabe arrecadar e remeter ou pagar os jornais, impressos e outras despesas.

c)- Um bibliotecário a quem cabe auxiliar os primeiros e esforçar-se pela aquisição de livros, folhetos e jornais libertários, sociológicos e educativos.

Parágrafo Único - O grupo não se dissolverá enquanto existirem três membros que se disponham a mantê-lo com a mesma orientação.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

RESPONSABILIDADE, COMPROMETIMENTO E AUTODISCIPLINA

Retirado de: Libera - No. 137 - Ano 17 - JAN-JUN/2007 - FARJ - Federação Anarquista do Rio de Janeiro

A questão da responsabilidade, do comprometimento e da autodisciplina é motivo de debate
e de divergências no chamado “meio libertário”. Desenvolvemos nas próximas linhas, um pouco do que pensamos sobre isso, colocando nossas posições. Ideal Peres, já há algum tempo, afirmou: “Um sujeito que tem uma Ética Libertária sabe por que está lutando e consegue explicar os motivos ideológicos da luta, tem compromissos e autodisciplina para levar a cabo as tarefas assumidas”.

Ele expressou, em uma só frase, uma série de opiniões de suma importância para nós. Enfatizava ele, antes de tudo, uma importância da consciência do militante com relação aos motivos da luta. O militante anarquista é um sujeito que participaativamente de todas as discussões que se dão no âmbito da organização e conhece o contexto em que está lutando. Dele, espera-se que se nvolva com as discussões que acontecem, colocando-se, discutindo as melhores saídas para as questões apresentadas e interferindo nos rumos táticos e estratégicos adotados pela organização. É por isso que todos os militantes devem ter a clareza do por que se luta, contra o quê se luta e em favor de quê se luta.

Quando Ideal Peres falava de compromisso e autodisciplina, ele dizia fundamentalmente um compromisso individual para com as decisões coletivas. Mas como funciona isso? É muito comum em organizações que se dizem horizontais e apartidárias, um descompromisso muito grande dos militantes com relação às questões de compromisso e autodisciplina. Um exemplo disso é a grande quantidade de pessoas que freqüentam reuniões (de grupos que são relativamente abertos), dando opiniões sobre assuntos que desconhecem ou assumindo responsabilidades, sabendo que poderão não cumpri-las. É muito comum que essas pessoas não mais apareçam nas próximas reuniões e nem cumpram com aquilo que prometeram, alegando que não puderam, por um motivo ou por outro, ou nem mesmo dando satisfação ao coletivo.

O pior de tudo é que muitas dessas pessoas, ao serem cobradas, sentem-se ainda vítimas de algum tipo de autoritarismo. Para nós, o que acontece é que há uma inversão de valores ao se julgar determinado tipo de comportamento em que o autoritário – ou seja, aquele que se comprometeu com algo perante o coletivo e não cumpre – julga-se vítima do autoritarismo.

O “compromisso e a autodisciplina para levar a cabo as tarefas assumidas” ressaltados por Ideal Peres fogem radicalmente do modelo apresentado acima. Neste tipo de atitude de compromisso e autodisciplina, concordamos com Ideal que, dentro da organização, deve haver um grande espaço para todas as discussões e todos os pontos de vista devem ser analisados com todo o cuidado e, como dissemos acima, ter o mesmo “peso” nas tomadas de decisão da organização.

Nessas reuniões, são deliberadas todas as atividades que a organização fará, o que significa dizer que seus membros as realizarão. Afi nal, a organização não faz nada por si só. Ela não tem cérebro, braços e pernas para poder executar as atividades que são deliberadas em seu seio. É por isso que todas as atividades que se deliberar e que forem de responsabilidade da organização terão, de um jeito ou de outro, de ser executadas pelos seus membros. Era sobre isso que Bakunin se posicionava, ainda no século 19, discutindo a questão da disciplina:

“[...] certa disciplina, não automática, mas voluntária e refl etida, estando perfeitamente em cordo com a liberdade dos indivíduos, foi e será necessária, sempre que muitos indivíduos, livremente unidos, empreendam um trabalho ou uma ação coletiva qualquer. Esta disciplina não é mais do que a concordância voluntária e refletida de todos os esforços individuais para um fim comum. No momento da ação, no meio da luta, os papéis dividem-se naturalmente, de acordo com as aptidões de cada um, apreciadas e julgadas por toda a coletividade: uns dirigem e ordenam, outros executam ordens. Mas nenhuma função se petrifi ca, nem se fixa e não fica irrevogavelmente ligada a qualquer pessoa.

Os níveis e a promoção hierárquica não existem, de modo que o comandante de ontem pode ser o subalterno de hoje.

Cabe aqui abrir um parêntese para dizer que, da mesma forma que não existe um “espírito da organização” que resolve problemas e que desenvolve as tarefas. É fundamental, no momento em que as decisões forem tomadas, que se dividam as responsabilidades, ficando os membros formalmente responsáveis por sua execução. Acreditamos na necessidade de se dividir as atividades entre os militantes, buscando sempre um modelo que distribua bem essas atividades e que fuja da concentração de tarefas sobre os membros mais ativos ou capazes. A partir do momento em que um militante assume uma ou mais tarefas para com a organização, ele tem a obrigação de realizá-la e uma grande responsabilidade perante o grupo com relação a essa(s) tarefa(s). É a relação de compromisso que o militante assume com a organização. Como as discussões no seio da organização são amplamente democráticas e ninguém assume as tarefas porque é obrigado, cada compromisso é um compromisso assumido por iniciativa do próprio militante, sendo de sua completa responsabilidade.

Não acreditamos que a cobrança, por parte da organização, das responsabilidades assumidas pelo militante seja algo autoritário. Ela deve existir e, se acontecer dessa irresponsabilidade ou falta de compromisso ser constante, deve haver uma conversa franca dos outros militantes com ele, a fi m de resolver a questão e não prejudicar os trabalhos da organização.

A autodisciplina é o motor da organização autogestionária. Como em uma organização desse tipo – o que é o nosso caso na FARJ – não há chefes que “cobram” os funcionários ou a base para a execução das tarefas, cada um que assume uma responsabilidade deve ter disciplina o suficiente para executá-la. Da mesma forma, quando a organização etermina uma linha a seguir ou algo a se realizar, é a disciplina individual que fará com que aquilo que se deliberou coletivamente se realize. Não deve haver necessidade de cobrança, pois se espera que cada um no grupo cobre-se para a realização das tarefas determinadas na organização, mas o indivíduo deve satisfação à organização, devendo informá-la do andamento das atividades sob sua responsabilidade e quando não as realizar, explicar ao coletivo o motivo, podendo ser cobrado por isso. Quando há problemas no andamento das atividades de um membro ou outro, a organização pode “cobrar” os responsáveis pelo andamento das atividades, também com o objetivo de não prejudicar os trabalhos e a luta. Obviamente que a forma dessa cobrança deve estar dentro dos critérios de respeito mútuo e da ética anarquista.

Errico Malatesta, ao discutir a questão da disciplina, em 1920, tratou-a da seguinte forma: “Disciplina: eis a grande palavra da qual se servem para paralisar a vontade dos trabalhadores conscientes. Nós também pedimos disciplina, porque, sem entendimento, sem coordenação dos esforçosde cada um para uma ação comum e simultânea, a vitória não é materialmente possível. Mas a disciplina não deve ser uma disciplina servil, uma devoção cega aos chefes, uma obediência àquele que sempre diz para não se mexer. A disciplina revolucionária é a coerência com as idéias aceitas, a fi delidade aos compromissos assumidos, é se sentir obrigado a partilhar o trabalho e os riscos com os companheiros de luta.”² (grifos nossos)

É relevante observarmos os comentários de Malatesta, concordando que essa disciplina e essa cobrança não devem seguir o modelo autoritário, tanto de opressão dos membros do grupo quanto pela forma dessas cobranças, que, conforme mencionamos, também devem considerar o respeito e a ética entre os membros do grupo. É uma grande preocupação diferenciarmos a autodisciplina que aqui pregamos da disciplina militar, exploratória e opressora em sua essência e que, de nosso ponto de vista, não segue rumos diferentes do que os outros autoritarismos que bem conhecemos.

Esses elementos, hoje e sempre, são fundamentais para a realização das atividades de qualquer organização que se diga séria e que tenha objetivos de transformação social. Ressaltamos que o nosso trabalho não pode ser algo que se dê pontualmente e que podemos fazer às vezes, quando nos der vontade. O compromisso que estabelecemos, como organização, exige que tenhamos responsabilidade pela constância de nossas ações. Isso muitas vezes é duro, pois as batalhas são, muitas vezes, perdidas. É a vontade e o compromisso militante que farão com que caminhemos dia após dia, para o desenvolvimento das atividades da organização e para que possamos superar os obstáculos e preparar terreno para nossos objetivos de longo prazo. É desta maneira que entendemos poder caminhar rumo à liberdade.

A FARJ busca fazer desses três elementos – responsabilidade, comprometimento e autodisciplina – fortes característica de nossa organização. Este artigo é uma versão reduzida de “Reflexões sobre o Comprometimento, a Responsabilidade e a Autodisciplina”, publicado em nossa revista Protesta!, número 4, de 2007.

Notas:

1 Mikhail Bakunin. Império Knuto-Germânico.
Retirado de Frank Mintz. Bakunin: críctica y acción.
Buenos Aires: Colección Utopia Libertária pp. 74-75.

2 Errico Malatesta. Anarquistas, Socialistas e Comunistas. São Paulo: Cortes p. 24.